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A Ascensão do Protecionismo na Atualidade e seu Prejuízo para o Comércio

Artigo de Opinião por Vitória Pitt Fidélis.

Notas de 50 e 100 reais | Pixabay


Atualmente decorre um sentimento mundial de descontentamento com a globalização, o qual se reflete na ascensão de governos de extrema-direita, na economia e na política mundial. A adoção de medidas protecionistas e até ultranacionalistas, apesar de visarem melhorar a estrutura financeira do Estado, podem acarretar prejuízos econômicos tanto para os países que as adotam como para os outros, como já foi mostrado em vários casos ao redor do mundo.


Tais procedimentos se relacionam com a ascendência de governos de extrema-direita, os quais ganham na atualidade grande prestígio entre os eleitores. Isso ocorre principalmente no Estado Unidos e na Europa, tendo como exemplo o governo de Donald Trump, o Pis na Polônia e a política conservadora da Hungria.


Segundo Roberto Abdenur, embaixador do Brasil, o qual já trabalhou no Estados Unidos, Equador, China, Alemanha e Áustria a crise de 2008 foi a origem para o avanço de políticas protecionistas. A questão dos refugiados do Oriente Médio também influenciou no processo, como aconteceu na Inglaterra: o país que antes se mostrava liberal passou a adotar métodos mais nacionalistas, como sua saída da União Europeia por exemplo.


Contudo, por que medidas as quais tomam como prioridade a economia estatal podem acabar prejudicando-a? Como foi mencionado, houve uma série de países a adotarem o protecionismo (segundo estudo da Cepal, 85% dos países do G20 realizaram tal feito). Consequentemente, as relações comerciais de caráter internacional são reduzidas e, em seguida, suas vantagens, como a melhoria da competitividade no mercado interno e diminuição da dependência do Estado neste, maior lucratividade, contato com novas tecnologias e redução da capacidade ociosa empresarial e do impacto da sazonalidade.


Porquanto isso pode ser analisado na Polônia, por exemplo, onde os empresários locais se encontram cada vez mais apreensivos: a partir da declaração sobre cobrar impostos especiais a setores submetidos ao capital estrangeiro os investidores passaram a hesitar em realizar novas negociações. A própria presidente da confederação de empresários poloneses e ex-ministra da Indústria, Henryka Bochniarz, afirmou reconhecer os riscos conferidos à Polônia ao ser vista como “antiquada e fechada” e assim gerar receio entre empresários nacionais e internacionais.


Já no Estados Unidos há o perigo do aumento da inflação e do déficit público por parte do governo de Trump, bem como o não cumprimento do crescimento financeiro prometido. Além disso, medidas radicais como a saída do país da Parceria Transpacífico foi um erro fatal, como também aponta Abdenur, pois assim garantiu-se a possibilidade de destaque à China.


Enquanto na Inglaterra, a qual adotava o lema “laissez-faire” (mercado livre de interferência estatal) passou a praticar medidas intervencionistas e de caráter nacionalista, como foi citado o Brexit. A médio e longo prazo, tal ato acarretará no fim de financiamentos externos para socorrer sua economia quando necessário e, possivelmente, a estagnação econômica e demográfica da região.


Há um crescimento gradual na propagação de governos nacionalistas ao redor do mundo, porém medidas de caráter protecionistas podem abalar sua economia ao invés de recuperá-la, afinal a redução do fluxo de capital causa a estagnação financeira. Vários prejuízos foram notados em diversos governos, principalmente no Estados Unidos e Europa, os quais irão abandonar as vantagens do comércio exterior caso prossigam a implantar barreiras em suas relações com o mercado internacional.


Vitória Pitt Fidélis, Acadêmica de Relações Internacionais na Universidade Católica de Brasília.

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